I Seminário Saúde do Homem e a produção de redes de cuidado
Sobre o Evento
O I Seminário Saúde do Homem e a Produção de Redes de Cuidado, a ser realizado no dia 24 de fevereiro de 2018, das 8 às 18 horas, no espaço da quadra poliesportiva da UNEB campus 1 Salvador visa sensibilizar homens, profissionais, graduandos e sociedade para a expansão e aprofundamento de práticas de cuidado e autocuidado à sua saúde através da produção de acolhimento, vínculo e construção de conhecimentos sobre o processo saúde e doença masculino, com práticas de prevenção de doenças e promoção da saúde, a partir da Atenção Básica.
O Seminário tem como objetivo Discutir
diretrizes teóricas e metodológicas para o cuidado aos homens numa perspectiva
de desconstrução da masculinidade hegemônica, como pressuposto para um cuidado
ampliado ao processo saúde-doença de homens no Sistema de Saúde.
Embora ressoe como novidade, a
preocupação com a saúde masculina e a maior suscetibilidade dos homens ao
adoecimento não se configura como uma temática recente, própria do século XXI
(GOMES, 2008). O marco dos estudos norte-americanos acerca da temática “homem e
saúde” datam da década de 70 do século passado. Eles se mostraram pautados no
adoecimento masculino e ancorados em premissas biomédicas, epidemiológicas e
comportamentais, desconsiderando a complexidade dos contextos
históricos-sociais e políticos nos quais esses homens existiam (GOMES et al.,
2009). Vários questionamentos levantados nos movimentos feministas e gays, nas
décadas de 70 e 80, respectivamente, abalaram o ideal do homem com ser viril,
forte, invulnerável e protetor (GOMES et al., 2008) e, com o passar do tempo,
pesquisadores de diversos campos buscam compreender os diferentes riscos de
adoecimentos e mortes para homens e mulheres, incorporando em sua análise a
perspectiva de gênero (SCHRAIBER; GOMES; COUTO, 2005). Estudos comparativos
entre homens e mulheres têm comprovado o fato de que os homens são mais
vulneráveis às doenças, sobretudo as enfermidades graves e crônicas, e que
morrem mais precocemente que as mulheres (BRASIL, 2008). É interessante notar,
como aponta Braz (2005), que os homens morrem mais que as mulheres em todas as
faixas etárias, inclusive antes do nascimento, pois a maioria dos abortos
naturais de embriões e fetos é do sexo masculino. De acordo com uma publicação
do Ministério da Saúde (2008), no ano de 2005, 58% da mortalidade da população
ocorreu no sexo masculino, totalizando 582.311 óbitos. O mesmo estudo aponta
que embora apresentem números diferentes, as duas primeiras causas de mortes
foram comuns a homens e mulheres: doenças cerebrovasculares e doenças
isquêmicas do coração.
Apesar dos números apontarem altas
taxas de morbimortalidade na população masculina, a resistência dos homens em cuidar
da saúde é muito grande. Sua entrada no sistema de saúde se daria
principalmente pela atenção ambulatorial e hospitalar de média e alta
complexidades, configurando um perfil que favorece o agravo da morbidade pela
busca tardia ao atendimento e aumentando não somente a sobrecarga financeira da
sociedade, mas também, e, sobretudo, o sofrimento físico e emocional do
paciente e de sua família (BRASIL, 2008). Ainda que se tenha desenvolvido uma
política voltada para a saúde do homem, observa-se que a presença masculina nos
serviços de atenção primária à saúde (APS) é menor do que a das mulheres.
Diversos estudos apontam as razões pelas quais os homens não buscam esses
serviços. Partindo-se da perspectiva que o maior adoecimento e a maior
mortalidade da população masculina são constatados desde séculos anteriores e
permanecem até os dias de hoje, e que, apesar das altas taxas de
morbimortalidade, a resistência dos homens em cuidar da saúde é alta, esse
trabalho tem como objetivo discutir, a partir das publicações da última década,
de que forma de consolida a aproximação ou distanciamento do homem dos serviços
de saúde de Atenção Básica (AB). Faz-se importante a promoção de discussões
voltadas para os sentidos atribuídos ao masculino, permitindo a reflexão sobre
as dificuldades, obstáculos e resistências que permeiam a saúde do homem e
servindo como fundamentação para alunos, profissionais de saúde, gestores e
sociedade na construção de novos caminhos para a prática da saúde voltada ao
homem.
Desta forma, este primeiro Seminário apresenta, de forma inovadora, prática e concreta, ações multifacetas de proporcionar o diálogo aberto entre a comunidade, a universidade e os serviços de saúde, aprendendo coletivamente e colaborativamente, numa atuação transformadora do ponto de vista humanístico, social e político.
PROGRAMAÇÃO
I SEMINÁRIO SAÚDE DO HOMEM E A PRODUÇÃO DE REDES DE
CUIDADO
24 de fevereiro de 2018
Quadra Poliesportiva UNEB campus I Salvador
8:00 –
8:30 MESA DE ABERTURA
Reitor Prof. Dr. José
Bites de Carvalho
Pró-reitora de
Extensão Prof. Dr. Maria Celeste Castro
Diretor do DCV Prof.
Dr. Marco Antonio Araujo Silvany
Coordenadora Nucleo de Pesquisa e Extensão
DCV Prof. Dr. Fernanda Warken Rosa Camelier
Coordenador do
Projeto de Extensão Prof. Msc. Igor Brasil de Araujo
8:30 – 11:00
MESA I Saúde do Homem em debate: aportes
teórico-práticos
8:30 –
9:00 A Saúde dos Homens no cotidiano dos
serviços de saúde
Prof.
Dr. Benedito Medrado- psicólogo, professor UFPE
9:00 –
9:30 Demandas e necessidades masculinas nos
serviços de saúde
Prof.
Dr. Wagner Figueiredo – médico, professor UFSCar
9:30 –
10:00 Como Cartografar os percursos de
Homens pelas redes de cuidado?
Prof.
Dr. Luiz Hubner – odontólogo, professor UFF
10:00 – 11:30 Discussão
11:30 – 14:00 Intervalo para almoco
14:00 –
16:00 MESA II – Gênero e Saúde do Homem GBTTQ+
14:00 – 14:30 Saúde do Homem Gay, Travesti, Transgênero e
Transsexual e sua relação com os serviços de saúde
Prof. Dra. Fran Demétrio Silva Santos –
mulher trans, nutricionista, , professora UFRB
14:30 –
15:00 Saúde do Homem GBTTQ+ na SMS Salvador
Msc. Erik Asley Ferreira Abade – Enfermeiro
SMS Salvador – representante do campo temático da Saúde LGBTTQ+ SMS Salvador
15:00 –
15:30 Saúde do Homem Transgênero
Cauê Henrique Macedo
de Novaes – Homem Transgênero
15:30 –
16:00 Saúde do Homem GBTTQ+
Franklin Masttor – psicólogo, Drag Queen
16:00 –
16:30 - Discussão
16:30 –
18:00 MESA III - Saúde do Homem em Salvador e na UNEB
16:30 –
17:00 A Saúde do Homem na SMS Salvador
Msc. Igor Cunha Mota - psicólogo, condutor do campo temático Saúde
do Homem SMS Salvador
17:00 – 17:30 Projeto de Extensão “Saúde
do Homem e a produção de Redes de
cuidado na Atenção Básica” – Prof.
Msc. Igor Brasil de Araujo, enfermeiro, professor
UNEB
17:30 - 18:00 Discussão
18:00 Encerramento Momento Cultural – Estúdio de
Dança Márcia Andrade
Programação
Atividade do Evento | Início | Término | Palestrante |
---|---|---|---|
Seminário Saúde do Homem | 24/02/2018 08:00 | 24/02/2018 18:00 | Vários |